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Investeendo foi uma das vencedoras do Pitch Vale do Pinhão com solução de gamificação para educação financeira. Crédito: Divulgação.

Uma das vencedoras do Pitch Vale do Pinhão

Gamificação é caminho de startup para ensinar finanças a jovens

Bruno Raphael Müller
Bruno Raphael Müller
05/08/2025 14:23
A Investeendo, uma startup curitibana que foi uma das vencedoras do Pitch Vale do Pinhão, está utilizando uma abordagem inovadora para resolver a falta de educação financeira entre crianças e adolescentes. A metodologia da empresa combina educação financeira, gamificação e impacto social, com o objetivo de engajar os estudantes e melhorar seu desempenho acadêmico. Sam Adam, CEO da Investeendo, explica que a empresa busca facilitar o acesso a esse tipo de conhecimento.

Um modelo de negócio que une educação e impacto social

A Investeendo opera com três modelos de negócio para expandir sua atuação. O principal é o B2B2C, onde grandes empresas patrocinam a aplicação da metodologia da Investeendo em escolas públicas e outras instituições de ensino, como parte de suas ações de responsabilidade social. A empresa também atua no modelo B2B, vendendo sua metodologia diretamente para escolas privadas. Um terceiro modelo, B2G, consiste na comercialização da solução para secretarias de educação. Em todos esses modelos, a startup usa a gamificação para tornar a educação financeira mais interessante e motivadora, ajudando a melhorar o desempenho escolar dos alunos e sua alfabetização financeira.

Enfrentando o endividamento juvenil com gamificação

De acordo com Sam Adam, um dos grandes problemas atuais é que um em cada cinco estudantes termina o Ensino Médio já endividado. "As escolas enfrentam dificuldades para ensinar educação financeira, já que a preparação de professores é complexa e os alunos consideram o tema chato. A Investeendo resolve isso com a gamificação, que transforma o conteúdo em algo mais engajador e motivador, despertando o interesse dos estudantes", afirma. 
A abordagem da startup se diferencia dos métodos tradicionais, que costumam ser excessivamente teóricos. Enquanto disciplinas como ciências naturais podem ser ensinadas em laboratórios, finanças e empreendedorismo carecem de oportunidades práticas. Na metodologia da Investeendo, os alunos ganham moedas por suas atividades escolares, gerenciam suas finanças, definem metas e até compram produtos e benefícios reais. Com essa experiência, eles aprendem sobre economia e finanças de forma prática, "vivendo" o processo.
Abordagem da startup se diferencia  de métodos tradicionais, com aprendizado "vivo" do processo de educação financeira. Crédito: divulgação.
Abordagem da startup se diferencia de métodos tradicionais, com aprendizado "vivo" do processo de educação financeira. Crédito: divulgação.

Tecnologia "figital" para uma aprendizagem inovadora

A startup utiliza a tecnologia de forma inovadora para criar experiências de aprendizado tanto nas escolas quanto em ambientes corporativos. Sam Adam explica que a Investeendo possui o único aplicativo educacional que não exige um celular para ser usado. A metodologia da empresa é "figital", ou seja, combina elementos físicos e digitais.
A solução inclui totens digitais interativos instalados nas escolas, onde os alunos podem acessar suas contas usando um cartão de crédito físico, exclusivo do programa. Isso permite que a empresa ofereça os benefícios da educação digital sem onerar estudantes e escolas com a necessidade de ter dispositivos digitais.

Aprendizado e validação do mercado

A experiência de atuar com escolas e programas empresariais tem sido valiosa para a Investeendo. A equipe de fundadores, formada por profissionais da educação, teve que desenvolver novas habilidades empreendedoras. A startup já alcançou mais de 6 mil estudantes, um número que seria impossível se os fundadores estivessem atuando como professores regulares.
"Além disso, temos recebido feedbacks positivos de professores e educadores que se sentem inspirados pela metodologia e começam a inovar em suas próprias aulas. Essas experiências ajudaram a validar o produto e o serviço oferecido", complementa Adam.

Planos de expansão nacional e internacional

O principal plano da Investeendo para escalar sua solução é através de parcerias estratégicas. A empresa busca expandir sua atuação com escolas privadas, o poder público e, principalmente, com setores de responsabilidade social e ESG de grandes empresas. A Investeendo já está presente em escolas no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, e está expandindo para outros estados. Além disso, a startup está iniciando uma operação em Angola.

Medindo impacto social e superando desafios

A Investeendo mede seu impacto social com uma metodologia própria, baseada em métodos de pesquisa de doutorado. As métricas principais incluem o ganho de aprendizado dos estudantes, a proficiência deles em falar sobre finanças e empreendedorismo, e o retorno sobre o investimento social (SROI). O SROI busca quantificar quantos reais retornam para a sociedade para cada real investido nos projetos.
"O desafio da empresa é equilibrar inovação, sustentabilidade financeira e a missão educacional. A vitória no Pitch Vale do Pinhão foi uma grande validação para a proposta de valor da Investeendo, mostrando que a solução da empresa está no caminho certo. O plano agora é usar as portas que a vitória abriu para escalar a solução e levar educação para mais jovens", conclui Adam.